Alarme sobre peças de reposição vencidas de companhias aéreas russas

As companhias aéreas russas realizaram 2.000 voos em aeronaves ocidentais com peças vencidas no ano passado, quando as sanções atingiram fortemente o setor aéreo do país, informou o jornal comercial Kommersant na quarta-feira, citando autoridades federais de transporte.

Viktor Basargin, o chefe do órgão regulador dos transportes do estado, Rostransnadzor, compartilhou o número alarmante com o Comitê de Transportes da Duma do Estado da câmara baixa a portas fechadas.

Ele observou que inspeções não programadas em várias centenas de companhias aéreas revelaram falta de componentes e atrasos significativos nas entregas.

"Registramos muitos casos de equipamentos de aviação sendo operados com violações que afetam diretamente a segurança de voo", disse Basargin, sem especificar se o número de 2.000 diz respeito a voos comerciais ou a todos os tipos de voos.

"Alguns produtos específicos são simplesmente impossíveis de trazer."

A corporação estatal de gerenciamento de tráfego aéreo da Rússia administrou 1,4 milhão de voos, incluindo trânsito e rotas internacionais, em 2022.

Especialistas do setor alertam que as companhias aéreas russas correm o risco de enfrentar uma escassez de aeronaves ocidentais devido a problemas de manutenção e aeronavegabilidade provocados por sanções aprovadas durante a invasão da Ucrânia.

Mas as principais companhias aéreas citadas pelo Kommersant negaram o uso de peças vencidas e especularam que a Rostransnadzor pode ter incluído pequenas violações em sua contagem.

E Basargin afirmou que 2022 foi reconhecido como o ano mais seguro em segurança de voo nos últimos cinco anos, apesar das sanções.

Os comentários de Basargin seguem a reportagem da mídia independente esta semana de que a principal companhia aérea da Rússia, a Aeroflot, pediu a seus funcionários que relatassem menos problemas de aeronaves para manter o número de voos em alta.